O mundo da moda nunca esteve tão paralisado. Lojas são fechadas, pedidos cancelados, fábricas fechadas, desfiles cancelados. A pandemia da COVID sem dúvida mudou pra sempre nossas vidas - e a moda também.
O que se vislumbra é um setor mais responsável, menos agressivo com o meio ambiente e com as cadeias de produção. Bom, essa é a teoria que torcemos que se torne a prática.
Não podemos voltar ao patamar de antes da pandemia. Não com a irresponsabilidade de marcas de fast fashion, que fabricam tudo em excesso (cerca de 30 a 40%) com medo de ficar sem estoque. A Burberry, por exemplo, literalmente incinerou £28.6 milhões (cerca de 200 milhões de reais) em roupas, bolsas e perfumes. Tudo para evitar que as coleções fossem vendidas por menos. Isso foi em 2017 e a empresa já declarou ter revisto esta prática. Esperamos que sim.
Desde a pandemia, várias marcas e estilistas já declararam que o mundo precisa produzir menos. O impacto da moda no meio ambiente - a quantidade de carbono que ela produz, os milhões de litros de corante que poluem os cursos de água do mundo, suas contribuições para a erosão do solo e perda de biodiversidade - cairá drasticamente este ano. Já está visível que as marcas vão produzir menos, com coleções menores. Tudo isso por conta da utilização de uma cadeia de produção global.
A tendência agora é a fabricação local.
Produzir menos, com mais qualidade e menos impacto ao meio ambiente. Esta é a promessa que vem sendo discutida por fabricantes americanos. A ideia é produzir também peças mais clássicas que podem ser usadas o ano todo, eliminando a sazonalidade que sempre afetou muito o mundo da moda.
Desfiles de moda, Semanas de moda, calendários... tudo isso deve passar por uma revolução nos próximos anos.
Tudo isso parece um sonho, ainda mais quando você idealizou isso para a sua marca (Ciranda Soul) anos atrás. Ser mais consciente e trabalhar com slow fashion. Parece que estamos no caminho certo.
O que precisamos é que os hábitos de compra também mudem. E já estão mudando. Os consumidores estão mais conscientes, tratando os itens de luxo como peças de investimento que os servirão por anos.